Os acontecimentos no Irão demonstram ainda outros pormenores interessantes que passam além, muito além, da luta pela liberdade. Por um pouco de liberdade. Há o iraniano judeu que vive há décadas em Israel e que, como tantos outros iguais a ele, sendo judeu, continua iraniano, mais até que israelita. Menashe Amir e a sua rádio transmitem diariamente para o Irão o que se passa naquele país, comunicando a centenas de milhar de iranianos o que os seus compatriotas vêem, ouvem, sofrem e aquilo porque lutam.
A amálgama que é a realidade iraniana impressiona, mesmo aqueles que já cuidaram de ler a história dos persas e a do Irão recente. Uma coisa é certa: Os regimes, principalmente os tirânicos, não são eternos. Acabam. E, bem vistas as coisas como elas são, há muito que muitos desejam o fim dos Ayatollahs: Israelitas, norte-americanos, árabes e agora, sabemos nós, boa parte dos persas.
” há muito que muitos desejam o fim dos Ayatollahs”, dito assim até parece aquela do “fim dos padrecos” da outra revolução (francesa).
Se o Irão é “tirânico” o que dizer da Arábia Saudita, Qatar, Koweit, Egipto… e por esse mundo fora?
Se fosse “tirânico” não estavam a revoltar-se por eleições irregulares…e com um candidato que foi desprezado anteriormente como sendo de dentro do regime… e é.
Dito isto, boa sorte para os iraninanos. É um problema seu antes de ser dos outros.