Depois de anos e anos em que as greves eram consecutivamente marcadas para segundas, sextas e vésperas de feriados, assistimos hoje a uma mudança. Temos a primeira (que me recorde) greve de duas horas e meia dos professores. Estes podem assim não só acordar mais tarde, como evitar o desconto de um dia completo.
Ah e parece que também vão protestar contra o estatuto da carreira docente e preparar nova manif no próximo Sábado. O que quer dizer que o centro de Lisboa voltará a estar vedado à circulação. Sempre gostava de saber quem é/são o(s) génios(s) que autorizam manifestações fds sim, fds sim sempre no mesmo sítio. Mas porque será que o Marquês de Pombal (mais a Avenida da Liberdade e os Restauradores) é assim tão apelativo? Ao menos o pessoal do futebol só lá vai quando ganha alguma coisa (o que infelizmente tem sido raro ultimamente) …
“Depois de anos e anos em que as greves eram consecutivamente marcadas para segundas, sextas e vésperas de feriados, assistimos hoje a uma mudança. ”
Isso é um mito.
No caso das greves gerais, elas distribuem-se quase equitativamente por todos os dias da semana
http://ventosueste.blogspot.com/2007/12/quizz-das-greves-gerais-resposta.html
No caso das greve sectorias, pelo menos muitas greves de enfermeiros costumam ser à… qunta-feira.
“Sempre gostava de saber quem é/são o(s) génios(s) que <b)autorizam manifestações fds sim, fds sim sempre no mesmo sítio. ”
Caro LT, ninguém “autoriza” manifestações – as manifestaçãos são marcadas e comunicadas ao Governo Civil com alguns dias de antecedência; o Governo civil não “autoriza” nada – desde que comunicada dentro do prazo legal, uma manifestação está automaticamente “autorizada”.
“ninguém “autoriza” manifestações”
Não sabia, de facto. É preocupante… quer dizer que no limite, se devidamente comunicadas, poderíamos ter manifestações em pontos nevrálgicos da capital todos os dias? Não é algo que o preocupa?
“Isso é um mito.”
Fui ler o seu post… como refere, só é um mito relativamente às seis ou sete greves gerais que já ocorreram desde o 25 de Abril. Mas partilha da minha opinião/sensibilidade relativamente às greves da administração pública.
Entretanto, andei a fazer uma pesquisa e parece que há efectivamente uma grande concentração de greves à sexta-feira; no entanto, se adicionarmos as segundas com as sextas, a quantidade de greves é pouco mais do que seria de esperar.
http://ventosueste.blogspot.com/2009/05/que-dias-calham-as-greves.html
“quer dizer que no limite, se devidamente comunicadas, poderíamos ter manifestações em pontos nevrálgicos da capital todos os dias? Não é algo que o preocupa?”
Não. Preocupava-me era se a liberdade de manifestação estivesse dependente de uma decisão arbitrária (e teria que ser sempre arbitrária) de um governador civil.
Agora, também é verdade que eu não vivo nem trabalho em Lisboa e quando lá vivia não tinha carro e andava sempre de metro ou a pé.
Se eu trabalhasse em Lisboa, fosse para o emprego de carro, tivesse filhos e que os levar à escola (o que normalmente implica andar de carro), etc. admito que a minha opinião pudesse ser diferente.
Fair enough Miguel. Mas de qualquer forma a minha ideia não era condicionar a liberdade de alguém ou de um grupo se manifestar mas sim o local da manifestação. Embora reconheça que seria sempre uma decisão (a do local) arbitrária.
A greve de duas ou três horas poderá ser novidade nos professores, mas em outros contextos é o padrão, nomeadamente nos transportes (Soflusa, Transtejo, Metropolitano, Carris).
Aqui, é particularmente eficaz na perturbação do serviço, porque basta parar (e perder remuneração) em duas horas na hora de ponta para que os utentes sejam forçados a optar pelo transporte pessoal na ida e na volta.
Quem achava que os sindicatos nao se preocupavam com a eficiência? 😉