A indústria musical assinala enormes quebras, na ordem dos 10%, em vendas de música em Portugal no último ano. A culpa, já se sabe, “é da Internet”. As soluções são igualmente originais: passam por instituir um imposto, já em vigor, sobre CDs e DVDs graváveis e por obrigar os ISPs a cortar o acesso à internet aos prevaricadores, como já acontece em França.
Vou arriscar uma previsão, apesar de saber que não devia: a indústria de edição e distribuição musical têm os dias contados.
Muitos artistas já perceberam que tiram mais partido em disponibilizar os seus trabalhos de forma gratuita online do que a introduzi-los no circuito comercial, e faz sentido: Com a evolução tecnológica é lhes cada vez mais fácil produzir a sua própria música e na Internet têm o canal ideal para distribuir a música. Com isso poupam nos estúdios e nos distribuidores e podem concentrar os custos e os ganhos da sua actividade nos espectáculos ao vivo.
Nesse sentido ataques à liberdade individual como sejam os referidos e outros demais, não são mais que o canto do cisne dum lobby que estará, suponho, a viver os últimos dias. No futuro a música será partilhada livremente com o apoio dos artistas. A indústria musical, como muitas outras antes, ter-se-á tornado obsoleta e o mundo terá andado para a frente.
«A indústria musical, como muitas outras antes, ter-se-á tornado obsoleta e o mundo terá andado para a frente.»
Absolutamente de acordo. Mais, a tecnologia está a evoluir de forma exponencial. A tecnologia trabalha, trabalha cada vez mais e melhor e é cada vez mais autónoma.
Não havendo trabalhadores, não há salários. Sem salários, não há vendas. Sem vendas, não há lucros. Sem lucros, não há propriedade privada dos meios de produção.
Caminhamos para o fim de um sistema.
«Não havendo trabalhadores, não há salários. Sem salários, não há vendas. Sem vendas, não há lucros. Sem lucros, não há propriedade privada dos meios de produção.»
É como com as manufacturas, portanto. Viu-se no que deu.
Menor intervenção humana possibilitada pela tecnologia aliado à acumulação de capital significa cada vez preços menores e salários/hora com maior poder de compra.
«Menor intervenção humana possibilitada pela tecnologia aliado à acumulação de capital significa cada vez preços menores e salários/hora com maior poder de compra.»
Poder de compra esse normalmente roubado pela inflacção.