Portugal é demasiado pequeno para ter um regime semi-presidencialista. Só houve lugar para um no tempo de Sá Carneiro e Eanes, o mesmo sucedendo quando Cavaco Silva era chefe do governo e Mário Soares estava em Belém. O fenómeno parece tão evidente que, com Cavaco na presidência, bastou um pretexto fraco (o Estatuto dos Açores) para que a ‘cooperação estratégica’ terminasse.
Agora, com o caso Freeport e o inevitável enfraquecimento político de José Sócrates, mais uma vez se comprova que só há um lugar para um na política portuguesa. Depois de quase três anos a estudarem-se mutuamente e uns poucos meses de conflito surdo, o primeiro-ministro parece vergado perante o presidente. Caso o PS não renove a maioria absoluta, e com um José Sócrates sem chama e ainda menos carisma, Cavaco Silva não será um mero árbitro mas, na prática, um verdadeiro governante.
Portugal é demasiado pequeno para o poder se dividir entre dois políticos, principalmente quando o Parlamento, fruto do sistema eleitoral que temos e que visa favorecer os pequenos partidos, é fraco e dispensável. Há sempre um que tem de ceder e desta, caberá a vez a Sócrates.
As cenas estarem divididas não me parece assim tão mau. Ou não é essa a base da divisão do poder? Os presidentes não são para dizer que sim a tudo, devem usar o seu poder de vecto.
Já em relação ao Parlamento ser fraco e dispensável, concordo plenamente.
também estou convencido que o “chico esperto” anda repetitivo e sem entusiasmo. como futuramente só fará burricadas já começou a ser controlado pelo ps e pr. creio que ao pr não convêm eleições antecipadas porque será dificil sair um governo estável e prefere esta paz podre. do pântano só iniciaremos a saida a médio prazo e com muita dificuldade. a economia parece um pudim flan: treme insessantemente
«sistema eleitoral que temos e que visa favorecer os pequenos partidos»
É precisamente o contrário. A regra de Hondt visa favorecer os grandes partidos !
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