Poderia o Zezito (petit nom familiar do PM), por obséquio, esclarecer quem são os “poderes ocultos” que orquestram a “campanha negra” que o persegue? Fica implícito que estes funestos poderes são de cariz partidário, já que o autor de tão felizes frases os avisa que não é assim que derrotam o nosso valoroso PM. Claro que o PM quer recordar a campanha triste de boatos sobre a sua orientação sexual (o que, de resto, a tão grande defensor do casamento gay e, supõe-se, de opinião que a homossexualidade é equivalente à heterossexualidade, não deveria ofender) que toda a gente imputou a Pedro Santana Lopes. Mas agora nada disso é claro – desde, no máximo, a saída de Santos Cabral que a investigação ao caso Freeport está parada em Portugal, tendo-se reanimado por instigação da investigação inglesa – e se há coisa clara é que o PSD não manda no Serious Fraud Office. Logo, além do PM e do PS ninguém vislumbra uma conspiração. E que o PM escolha inventar uma cabala aparenta falha de argumentos.
Também que se considere uma investigação à sua actuação enquanto governante – qualquer investigação – como um ataque pessoal (de resto muito comum na nossa esquerda que é, como se sabe, moralmente inatacável e insusceptível de acusação de qualquer vício) revela a falta de entendimento de uma democracia de Sócrates. De uma vez por todas, é conveniente que os políticos cresçam, percebam que o seu ego não interessa a ninguém, realizem que toda a sociedade deve esperar que o poder corrompa (porque o faz) e estar especialmente atenta às decisões dos que o exercem, que a diversidade de opiniões é essencial e o escrutínio agressivo (que nem existe em Portugal) é saudável. Caso não se queiram submeter ao escutínio, será melhor rumarem a outras profissões. O que não se admite de um governante é que rasgue as vestes de indignação e clame contra “poderes ocultos” quando submetido a uma investigação criminal ou jornalística.
o arrogante de há um mês começa a meter dó.
diz qualquer coisa que lhe lembre.
as agências têm dificuldade em compor-lhe a imagem
deviam mandar calar os ministros.
a história da paneleirada não lembra ao diabo.
a igreja deste Papa deixa-os falar sozinhos.
verdadeiramente séria são a miséria e a fome por falta de trabalho
A predição faz parte dos usos e costumes do Prof. Marcelo. Ouçamo-lo a vaticinar, no longínquo dia 6 de Janeiro de 2008, os efeitos da futura abertura do 5.º canal de televisão:
“A ano e meio das eleições, se querem abrir uma guerra com Balsemão…”
Agora, conjuguem-se as palavras então ditas pelo Prof. Marcelo com a circunstância de estar a decorrer neste momento o concurso para a atribuição da licença para a abertura do 5.º canal, no qual aparecem envolvidos vários grupos de comunicação social.
Tenho de admitir que o Prof. Marcelo acerta mais vezes do que o Professor Karamba. Ou então, como dizia o outro, estava “escrito nas estrelas”.
posted by Miguel Abrantes @ 31.1.0
Quem devia ter vergonha neste caso é quem acusa sem sequer admitir que a pessoa se possa defender ou indignar por ser acusada.
Teresa, pelo que eu tenho lido e ouvido, ninguém acusa de nada o PM. Os jornais têm-se limitado a relatar factos e a levantar questões e ainda não li em lado nenhum alguma acusação ao PM. E também não me espanta que alguém se defenda de acusações e se indigne por elas. O que me indigna é que um PM se esforce por inventar uma cabala que ninguém vê para levantar poeira e eventualmente ter ganhos políticos. Além de que qualquer PM deve estar preparado para ser investigado.