As falências são consequências directas e inseparáveis da liberdade económica.
Numa economia livre, qualquer agente pode abrir um negócio, e com isso alocar os recursos económicos ao seu dispôr (bem como convencer outros agentes a fazer o mesmo) a um determinado fim: produção de pão, venda de sapatos, projecção de filmes, etc. A avaliação do risco que incorre é da sua responsabilidade, e da dos que o seguirem. Se tiver sucesso, vai obter lucro: a alocação dos recursos à actividade encetada, vai ser mais eficiente que os mesmos recursos noutra(s) actividade(s), e o nosso agente vai produzir pão, vender sapatos ou projectar filmes duma forma que satisfaça os clientes do seu negócio melhor que outros estabelecimentos ao seu dispôr. [É costume dizer-se que para se ter sucesso num negócio basta oferecer algo existente a menor preço, ou algo de novo a bom preço, o que é redutor, mas dá para ficar com uma ideia.]
Mas há o reverso da medalha. Há negócios que não têm sucesso. Como, numa economia livre, o risco está do lado do operador, este é livre de ter um mau plano de negócio. Ou de ter um óptimo plano de negócio e de sucumbir à concorrência ainda melhor. Ou de acontecer o mundo ainda não estar preparado para pães com sabor a sardinha.
Por isso uma falência não é uma tragédia. Significa que alguém tentou e não conseguiu. As falências são sintoma de liberdade económica. E servem para mostrar que há recursos mal alocados, que vão, pois, ser aproveitados doutra forma. A economia e seus intervenientes aprendem com isso. As falências não são sequer sintoma de maus empresários. Tentar algo de novo é fundamental para que de facto apareça algo de novo.
“Tentar algo de novo é fundamental para que de facto apareça algo de novo.”
Esta citação fica guardada.
Excelente post!