A Quercus, sempre interventiva na problemática dos excessos de embalagem, da florestação e do desperdício de energia, entregou hoje um postal com quatro metros quadrados no Ministério da Economia, com o intuito de apelar à proibição das lámpadas de incandescência em 2011.
Não consta que entre as públicas limitações do ministro da economia esteja alguma limitação da visão. Como tal, questiona-se a necessidade de desperdiçar quatro metros quadrados de papel, dos recursos florestais associados, da energia que foi empregue no seu fabrico, e das tintas (sabe-se lá com que toxicidade) que foram utilizadas na sua concepção.
Estes fundamentalistas da ecologia são estranhos…
São os mini ecoterroristas que temos. De proibição em proibição até à felicidade total.
Por favor não imprima este post. Há cada vez menos árvores.
Porém, para compensar, viajaram até ao destino de bicicleta, pelas aprazíveis ciclovias das colinas de Lisboa, e não fumaram. Se o cartaz fosse mais pequeno teriam de viajar de automóvel (contrariados) e teriam de fumar (contrariados).
E no entanto a medida (a substituição, não a proibição) sería bastante acertada. Com lampâdas de incandescência o consumo energético é bastante superior (A luz produzida com 60W de uma lâmpada de filamento, corresponde a uma fluorescente de 11W).
Mas há sempre esta malta que à falta do que fazer resolve pensar com a barriga das pernas.
Eu, na minha casa só tenho dessas lâmpadas para poupar – a minha mulher chama-lhes as lâmpadas poupadoras de LUZ, porque demoram a aquecer e iluminar em pleno. 😀
Cumprimentos
Ao comparar a eficiência energética de soluções alternativas de iluminação doméstica há que ter conta, nomeadamente, as seguintes variáveis:
– o custo de investimento;
– o período de vida útil;
– a adaptabilidade da lâmpada aos suportes existentes;
– o custo energético associado ao próprio fabrico de cada solução;
– o custo de reciclagem (mercúrio);
– o custo de consumo (sendo que a factura de electricidade tem componentes que são independentes do consumo).
Mas o post trata da incoerência entre o que se proclama e o que se pratica.
Olhar só para o consumo, ignorando as restantes variáveis de análise, e ser complacente com a hipocrisia dos promotores da acção é … sei lá, pensar com a barriga das pernas ou ter falta de tempo para pensar ?
Daniel Azevedo diz:
“Eu, na minha casa só tenho dessas lâmpadas para poupar”
Pois eu não. Tenho lâmpadas economizadoras onde elas se justificam. Porque, como estas lâmpadas demoram algum tempo até atingirem o ponto óptimo, tenho também das incandescentes para aqueles pontos de luz que se acendem por pouco tempo seguido. Para, por exemplo, dar aquele pulo rápido ao frigorífico e que normalmente já está despachado ainda antes da economizadora ter tido tempo de acender totalmente. 😉
Claro que os pontos de luz que ficam ligados por mais tempo de cada vez estão devidamente equipados com as economizadoras. 🙂
“Olhar só para o consumo, ignorando as restantes variáveis de análise, e ser complacente com a hipocrisia dos promotores da acção é … sei lá, pensar com a barriga das pernas ou ter falta de tempo para pensar ?”
Bom, se quisermos ser justos podemos dizer que para grandes problemas, grandes iniciativas.
Não se trata de justificar a hipocrisia, ainda que considere que há pessoas que realmente se preocupam com estas questões! Eu incluído. Podem é ter uma forma de o demonstrar que é pouco pensada.
“Olhar só para o consumo, ignorando as restantes variáveis de análise, e ser complacente com a hipocrisia dos promotores da acção é … sei lá, pensar com a barriga das pernas ou ter falta de tempo para pensar ?”
Lamento mas não justifiquei a hipocrisia, apenas referi que talvez não fosse má ideia, considerar a hipótese de tal mudança ocorrer.Para tal tería que ser realizado um estudo.
Agora a forma como cada um procede para chamar a atenção é com ele. Podemos aceitar ou não.
Caro Doe, J
Devo acrescentar que o que me levou a comprar as lampadas poupadouras foi o facto de na casa que comprei, toda a iluminação ser feita através de lâmpadas embutidas (tão na moda nos dias que correm), em cada divisão da casa tinha 4 lâmpadas dessas, cada uma a 100W.
Ainda por cima direcionais, era o solarium para quem se punha debaixo delas.
A 400W por divisão penso que valeu o investimento.
Aparentemente a Quercus esta’ atrasada em relacao aos outros movimentos ambientalistas. Segundo um relatorio publicado recentemente no NYT e no Boston Globe, as lampadas fluorescentes que supostamente vao salvar o mundo de morrer afogado, contem mercurio. Sim, mercurio, um produto toxico que potencialmente trara’ problemas maiores e a mais curto prazo do que o afogamento no ano sabe-se la’ quando.
Aparentemente este mercurio nao preocupa ainda os ambientalistas portugueses.