A audição do Governador do Banco de Portugal na Comissão de Orçamento e Finanças da Assembleia da República vai começar dentro de momentos.
No Diário Económico, “Dez dúvidas a que Vítor Constâncio tem de responder”:
- Por que razão não foram detectadas as irregularidades de início?
- As operações [em off-shores] eram ou não ilegais quando foram feitas?
- Quando soube o Banco de Portugal do caso, o que fez e por que razão não penalizou de imediato o BCP?
- Qual é o verdadeiro âmbito das investigações?
- Por que razão a instituição não actuou [quando em Outubro de 2006 recebeu do BPI a denúncia de alegadas irregularidades]?
- Quando recebeu o Banco de Portugal os documentos que provam as irregularidades e quando começou a actuar?
- Qual a base para a intervenção sobre os accionistas do BCP e porque surgiu a poucas semanas da assembleia geral?
- Quando prevê Constâncio ter conclusões para apresentar?
- Se a situação [de crédito concedido a accionistas] era ilegal porque não houve uma actuação penalizadora imediata?
- O modelo de supervisão bancária em Portugal é adequado, deve mudar, ou são necessários mais meios?
Noticia publicada no Correio da Manha de 6-1-08
Correspondência enviada para a CMVM e Banco de Portugal
Accionista do BCP denuncia 23 casos suspeitos
Um dos accionistas do Millennium BCP enviou para o Banco de Portugal e para a Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) uma exposição onde denuncia 23 situações “suspeitas” e pede o seu esclarecimento antes da próxima Assembleia Geral marcada para o próximo dia 15 de Janeiro.
Entre as anomalias referidas conta-se a falsificação de documentos, alegadas ofertas de perdões sobre cessões de créditos e movimentos de contas não autorizados.
Na referida exposição é mencionado o administrador Alípio Dias que, segundo o accionista, teria conhecimento, já em 2004, de vários ilícitos criminais praticados na instituição “não tendo denunciado nada às autoridades”.
No documento, a que o CM teve acesso, refere-se que os administradores Alípio Dias, Filipe Pinhal e o próprio Jorge Jardim Gonçalves terão sido notificados judicialmente para prestar esclarecimentos, não tendo comparecido em tribunal.
As denúncias aparecem numa altura em que o Banco de Portugal está a investigar o perfil dos candidatos da lista liderada por Miguel Cadilhe.
Aquela lista fez um site onde se divulgam as intenções dos seus componentes para o futuro do BCP.
“Constatei um profundo, crescente e generalizado mal-estar. Achei que muita coisa não estava bem. Pensei no futuro do banco e decidi avançar para este combate, desigual à partida”, refere Miguel Cadilhe na sua mensagem introdutória
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