Que seria escrito em todo o mundo se o Governo de Lisboa não conseguisse ratificar o “seu” Tratado? Por motivos de manutenção da imagem externa do Estado português, o primeiro-ministro José Sócrates não pode arriscar o chumbo do Tratado de Lisboa em referendo – por menores que sejam as probabalidades de tal acontecer.
Esta é, portanto, a oportunidade para os partidos mais eurocépticos pressionarem pela realização de um referendo. Defendem o direito de decisão dos portugueses sem correrem o risco de derrota eleitoral. Com o bónus de poderem usar o Compromisso de Governo do Partido Socialista (via Blasfémias):
No curto prazo, a prioridade do novo Governo será a de assegurar a ratificação do Tratado Constitucional. O PS entende que é necessário reforçar a legitimação democrática do processo de construção europeia, pelo que defende que a aprovação e ratificação do Tratado deva ser precedida de referendo popular, amplamente informado e participado, na sequência de uma revisão constitucional que permita formular aos portugueses uma questão clara, precisa e inequívoca.
“Voltar a Acreditar”, era então o slogan do PS…
PS: além da perda de credibilidade na União Europeia, Sócrates também deverá ter receios constituicionais.
Muito bem. Blog de agradável leitura!!
Também nas bases programáticas do PS para as legislativas de 2005 vinha amplamente referido a importância da ratificação dos tratados europeus via referendo. Mais uma promessa por cumprir…
Aproveito a oportunidade para convidá-lo a visitar http://www.mareotratadodelisboa.blogspot.com. É um blog da responsabilidade por uma comissão representante de todos os sectores de actividade nacional ligados ao mar. Das pescas à marinha mercante, passando pelo ambiente e seguros marítimos.
Com os melhores cumprimentos
Ricardo Lacerda