As reacções de José Sócrates às intervenções de Cavaco Silva e Paulo Rangel dizem tudo sobre a ‘desconstrução’ que o PS e o seu líder fazem do discurso político. A oportuna e excelente apresentação no Parlamento do meu caro amigo Paulo Rangel é classificada de ‘bota-abaixismo’; José Sócrates não rebate o conteúdo das críticas, algo que todos os portugueses começam a perceber – que este governo não convive bem com a liberdade de expressão – preferindo ‘colar’ ao PSD uma determinada imagem de não colaboração com a ‘democracia’, de que ele, obviamente, é dono. Já as recomendações de Cavaco – bem duras para o governo – são consideradas pelo homem das beiras ‘altamente oportunas’.
É necessário que os agentes políticos se empenhem mais na prestação de contas aos cidadãos, que os portugueses conheçam e compreendam o sentido e os objectivos das medidas que vão sendo adoptadas, que exista clareza e transparência na relação entre o poder político e a comunidade cívica
O governo ouve o discurso de Cavaco, finge que os ‘recados’ do Presidente não são para ele, aplaude, assobia para o ar, e continua a fazer o que bem entende. Entretanto, ‘bate’ no elo mais fraco, no PSD, ainda que as críticas de Paulo Rangel sejam altamente pertinentes.
O conteúdo das intervenções pouco interessa a José Sócrates. O que importa é veicular que Cavaco é ‘aliado institucional do governo’ e o PSD ‘negativista’. O nosso PM quer projectar um Portugal que não existe: quem se atreva a contrariá-lo, não está a participar deste esforço colectivo que ele lidera. Razão tinha Hugo Chávez, quando orgulhosamente divulgou um cartaz em Caracas junto ao seu ‘role model’, o Nosso Senhor Pinto de Sousa (aka Eng.º Sócrates)!
Há muito deixei de ouvir políticos, excepto em campanha eleitoral onde são todos expostos como coxos a facilmente apanhados.
Mas se coisa os tugas percebem bem nem é a má convivência do sr. Pinto de Sousa com a liberdade de expressão.
Todos percebemos que´ele é, e por isso bem visto, um tuga exemplar, o espelho de cada tuga: salamaleques ao seu superior, reverências ao presidente; desprezo e arrogância para o seu inferior, bota-abaixismo político da Oposição.
Este é o espelho da Nação. E nos discursos a Nação até se marimba para todos eles, o PR e o PM.
Se este post tivesse um pouco mais inclinado à direita as linhas do texto cairiam foram do meu monitor e para cima do meu teclado.
cairiam fora*
Sim, parece-me que o discurso do Rangel é um bom exemplo de clareza e transparência. Foi aquilo que se chama não ter nada para dizer e falar do que não sabe. Um pouco à semelhança deste post, deve ser por isso que se dão bem. Já agora, o teu conceito de celebração popular também inclui vestires-te como o Nel Monteiro? 🙂
Caro Filipe Almeida,
Parece que utilizas a mesma táctica do Sr. Pinto de Sousa. Uma vez que eu não sou nem de esquerda nem de direita, e o meu post não fala de ideologia, pergunto-me porquê o rótulo? É a treta do costume, quem critica é logo rotulado de algo perjorativo, tipo ‘direitista’ ou ‘faxista’. O que disse Paulo Rangel de que discordas? Não há em Portugal hoje condicionamento de opinião? Isso é ‘bota-abaixismo’?
Caro Tonibler,
Para ti o que se tem passado não tem mesmo assunto. Há pessoas que gostam de viver enganadas, e que ficam satisfeitas desde que se lhes dê uma côdea de pão. Por isso temos líderes de plástico, porque as questões de cidadania são desprezadas pelos cidadãos, que adoram mesmo é propaganda política e venda de ilusões. O teu comentário está ao nivel do Nel Monteiro.
Haja paciência.
lol
com essa do cartaz é que arrasaste tudo
o genio de vilar de maçada começa a ser tao previsivel k ate ja chateia