Pouco interessa se Sócrates tem ou não o canudo. Do que se retira do comentário do Presidente das República há assuntos mais importantes que apurar se houve ou não batota na licenciatura do primeiro-ministro. Neste assunto, dou a mão à palmatória e concordo com a opinião de Vasco Pulido Valente publicada no Público. José Sócrates é o rosto do ensino em Portugal, onde o único objectivo é obter um diploma. Pouco interessa se o aluno aprendeu o quer que seja. Pouco lhe dá se vai exercer a actividade para que estudou. O mais importante é dizer que andou na faculdade e a terminou.
O pior é que este estado de espírito não se fica pelos alunos das licenciaturas das universidades menos conceituadas. Ele estende-se a tudo o mais. Conheci alunos de mestrado para quem as aulas (em horário pós-laboral e aos Sábados de manhã) eram uma perda de tempo. De nada os impediu terminar a parte lectiva com resultados razoáveis. Da mesma forma, poucos são os professores que se entregam a tempo inteiro àquela actividade profissional. Têm outros empregos, outros objectivos para que dar aulas numa universidade é um enorme trampolim. Tudo isto está certo. Mas depois não se espantem que o ensino esteja na rua da amargura. Porque onde não há profissionalismo não existe exigência e pouco resta de qualidade.
Caro André,
Eis um post em que concordo inteiramente consigo. Quem conhece as Universidades inglesas, americanas ou outras, fica verdadeiramente chocado com a forma e o lascismo com que algumas universidades nacionais trabalham. E então se falarmos dos Pólos dessas Universidades….
Agora, sim.
Esta é a 1ª abordagem racional ao assunto, que vejo neste blog.
Há uma palavra que está presente em TODAS as Instituições de Ensino Superior portuguesas: endogamia.
Normalmente, a endogamia traz outras coisas…..e não é com toda a certeza, o mérito!
Claro, que as Privadas e os Politécnicos estão mais fragilizados….mas nas outras, há também outra fenómeno que são os “intocáveis”!
Já nem digo profissionalismo, embora não o dissocie do resto, mas exigência e qualidade são a chave… que o nosso Primeiro clama para o desenvolvimento do País. E aí ele não pode ser o rosto da coisa, pois não?
Excepto um ou outro pormenor, finalmente algo sobre o assunto com que posso concordar…
O País está em crise educativa generalizada, resultado das políticas governamentais dos últimos 20 anos, que empreenderam experiências pedagógicas malparadas na nossa Escola. Com efeito, 80% dos nossos alunos abandonam a Escola ou recebem notas negativas nos Exames Nacionais de Português e Matemática. Disto, os culpados são os educadores oficiosos que promoveram políticas educativas desastrosas, e não os alunos e professores. Os problemas da Educação não se prendem com os conteúdos programáticos ou com o desempenho dos professores, mas sim com as bases metódicas cientificamente inválidas.
Ora, devemos olhar para o nosso Ensino na sua íntegra, e não apenas para assuntos pontuais, para podermos perceber o que se passa. Os problemas começam logo no ensino primário, e é por ai que devemos começar a reconstruir a nossa Escola. Recomendamos vivamente a nossa análise, que identifica as principais razões da crise educativa e indica o caminho de saída. Em poucas palavras, é necessário fazer duas coisas: repor o método fonético no ensino de leitura e repor os exercícios de desenvolvimento da memória nos currículos de todas as disciplinas escolares. Resolvidos os problemas metódicos, muitos dos outros, com o tempo, desaparecerão. No seu estado corrente, o Ensino apenas reproduz a Ignorância, numa escala alargada.
Devemos todos exigir uma acção urgente e empenhada do Governo, para salvar o pouco que ainda pode ser salvo.
Sr.(a) Leitor(a), p.f. mande uma cópia ao M.E.
email: gme@me.gov.pt, se.adj-educacao@me.gov.pt, se.educacao@me.gov.pt