No Bloomberg, “Is `Compassionate Liberalism’ an Oxymoron?” por Andrew Ferguson, acerca do livro “Who Really Cares: The Surprising Truth about Compassionate Conservatism” de Arthur C. Brooks:
Last year, Americans gave away a quarter of a trillion dollars.
Three out of four U.S. families make charitable donations each year — $1,800 on average. Among the developed world, only Israel enjoys similar rates of giving.
After adjusting for income, Brooks’ data show the average U.S. family gives five times the amount of the average German family, seven times the amount of the average Italian family.(…)The finding cuts against the fashionable anti-Americanism of both Europeans and disaffected Americans. Brooks likes to quote Jimmy Carter on the supposed U.S. indifference to suffering.
“The problem lies among the people of the U.S.,” Carter said in a speech in 2004 at St. Olaf College in Minnesota. “We don’t really care about what happens to” other people.
Like so much of what Carter says, this is demonstrably untrue.(…)What he found was that self-described conservatives were “a percentage point or two” more likely to give to charity than self-described liberals. (…)
In 2000, he says, conservative households gave 30 percent more money to charity than liberal households.
The discrepancy wasn’t a function of income; on average, liberal families annually earn 6 percent more than conservative families. The difference in giving held throughout every income level. Indeed, poor conservative families gave a larger percentage of income than wealthy liberal families.
Eu nao sei como eh aih em Portugal, mas nos EUA podemos deduzir do imposto de renda cada doacao feita. Eh um bom negocio, se tens muito imposto a pagar. No Brasil, necas. Portanto, ninguem doa aqui. 🙂
Correndo o risco de ser corrigido: as doações podem ser deduzidas no IRS (“imposto de renda”) até 25% do valor entregue (creio que existe um limite de 15% do rendimento…) sendo majorado, nalguns casos, esse valor (se forem instituições confessionais, penso). Pode também indicar ao Estado quais as instituições que receberão até 0.5% do imposto pago.
Questões:
1) E os lares “mistos”? Dão mais ou menos para a caridade que os lares “liberais” ou conservadores? E, já agora, os lares em que um é conservador e o outro apolitico contaram como “conservadores” ou foram ignorados? Idem aspas aspas para os “liberais” (esta questão é só mesmo para pôr em causa o conceito de “lar conservador” e de “lar liberal”)
2) O estudo comparou também os rendimentos e as doações para a caridade dos “libertarians” e dos “progressives” ou limitou-se a atirá-los para os sacos conservador e “liberal”, respectivamente?
A questão da filiação política não é relevante. O factor mais importante é a religiosidade. “Liberais” religiosos e conservadores religiosos doam na mesma proporção. Os conservadores doam mais porque as pessoas religiosas tendem a ser politicamente conservadoras. Dois factos curiosos: esta diferença entre religiosos e seculares não é uma especificidade americana (embora a estatística para os países estrangeiros seja muito menos exaustiva); as pessoas pobres que trabalham doam não só muito mais que as pessoas pobres que não trabalham (com níveis de rendimento idênticos), embora isto seja também consequência do facto de as primeiras serem mais religiosas, como são o grupo que, proporcionalmente aos rendimentos, mais dá.