Esta gente gives me the creeps

Depois de resolvido o magno problema das retretes e dos urinóis, a malta da UE decidiu dedicar-se a outro problema que causava fome e mortandade pelo mundo e cuja resolução era inadiável: a diversidade de carregadores para os telemóveis. Eu espero que, em prol do bem dos mais pobres e desfavorecidos, os carregadores universais não se fiquem por telemóveis e routers, mas abranjam também outros bens essenciais, como equipamentos elétricos de depilação e de massagens. E depois de solucionado em definitivo este transtorno dos carregadores, a UE pode dedicar-se a outros problemas prementes e, sobretudo, a necessitar de uniformização. Assim de repente, estou a lembrar-me dos ganchos para pendurar cortinados (que vêm num número imoral de formas e materiais) ou as quantidades das latas de chá em folha (dá uma trabalheira comparar preços, que umas latas têm 100g de chá, outras 125g e outras têm só 75g); também não seria mal pensado regular de forma a que a circunferência das laranjas comercializadas na UE se adeque às máquinas espremedoras de citrinos.

(A gente que me causa arrepios não são só os legisladores sociopatas da UE, são também os idiotas úteis que agradecem a legislação dos sociopatas.)

48 pensamentos sobre “Esta gente gives me the creeps

  1. BGracio

    Os burrocratas da UE têm que justificar a sua existência.

    O engraçado é que a tendência dos principais players do mercado, excepto a Apple, é para uma uniformização gradual dos carregadores. Ou seja, este regra apenas vai afectar a Apple, que investiu para ter um formato próprio, que os seus clientes aceitam.

    UE na vanguarda do progresso. E ainda há quem ache que se trata de uma organização liberal…

  2. Revoltado

    Por acaso esta é uma boa medida e não tem nada de totalitária nem vem privar ninguém das suas “liberdades”. Tenho em casa uma série de carregadores, obsoletos, porque telemóvel após telemóvel, os fabricantes vão alterando as fichas (provavelmente devido a evoluções tecnoloógicas). É salutar haver uniformidade nestas questões pois traz de facto vantagens muito grandes….Imaginem o que seria se, há muito tempo atrás, algum maldito burocrata não se tem lembrado de legislar de modo a que todos conduzissemos do lado direito da estrada….

  3. k.

    Ah e já me chamaram bem pior que “idiota útil”, mas é bom saber que é essa a opinião que por aqui se tem de quem discorda, ou pensa de maneira diferente… e viva a liberdade.

  4. Luís Lavoura

    Pode-me incluir no número dos idiotas úteis.
    A falta de normalização é algo que leva a imensos custos para os consumidores. Em Portugal isso ocorre sobremaneira na indústria da construção civil (por exemplo, todas as fábricas de telhas fabricam telhas incompatíveis entre si, de tal forma que, quando algumas telhas se partem no telhado, acaba por ser preciso substituir o telhado todo).
    Quando as indústrias não se colocam de acordo para normalizar, acho muito bem que o Estado intervenha, para eliminar barreiras ficcionais à concorrência.

  5. Luís Lavoura

    Já agora, a Maria João poderia imaginar um mundo no qual cada fabricante de papel fabricasse folhas de dimensões diferentes, em que cada apartamento utilizasse fichas de eletricidade com formatos diferentes, em que cada fabricante de máquinas de lavar as fabricasse com dimensões diferentes, etc.

  6. JoaoMiranda

    ««Por acaso esta é uma boa medida e não tem nada de totalitária nem vem privar ninguém das suas “liberdades”. Tenho em casa uma série de carregadores, obsoletos, porque telemóvel após telemóvel, os fabricantes vão alterando as fichas (provavelmente devido a evoluções tecnoloógicas).»»

    Se a mudança de carregadores se deve à evolução tecnológica isso implica que a uniformização dos carregadores acaba por limitar a evolução tecnológica.

  7. JoaoMiranda

    Luís Lavoura,

    A produção de folhas de papel de tamanhos diferentes dos normalizados não é proibida.

  8. Luís Lavoura

    João Miranda,

    A produção de folhas de papel de tamanhos diferentes dos normalizados não é proibida.

    Talvez este exemplo particular não seja adequado. Mas não duvido de que haja exemplos de normalização imposta por lei.
    Como eu digo, é desejável que a normalização se estabeleça por acordo entre os produtores. No entanto, quando tal acordo não se verifique dentro de um prazo de tempo razoável, é adequado que o Estado intervenha impondo uma norma.
    E tal como eu disse, os prejuízos para os consumidores e para a concorrência de uma falta de intervenção do Estado na normalização podem observar-se, em Portugal, de forma notável na construção civil. Já me ocorreu mais de uma vez ter que substitir telhados inteiros por as telhas antigas serem de um fabricante que já desapareceu e por os fabricantes atuais fabricarem todos telhas de dimensões distintas entre si e distintas das dos fabricantes antigos.

  9. Maria João Marques

    Pois é, Luís Lavoura, é um aborrecimento. O estado devia regular o tamanho e formato dos puxadores de portas, dos roupeiros e das portas e dos puxadores dos roupeiros, o tamanho das pedras ou dos azulejos a colocar nas casas de banho e cozinha, a altura dos rodapés e por aí. Mao e Stalin não teriam sonho mais arrojado.

  10. Luís Lavoura,

    As tecnológicas não precisam da ajuda do Estado para estabelecer standards. Isto tem sido feito ao longo dos anos nas mais diversas áreas e nesta em específico há cada vez mais carregadores nos mesmos formatos não proprietários (ex. mini USB).

    Quanto ao exemplo das telhas… e se existirem clientes à procura de um formato específico, diferente dos que seriam potencialmente regulados? Mais, uma regulação no sentido de uniformizar formatos de produção teria como consequência imediata exactamente aquilo que pretenderia evitar, dado que automaticamente excluiria do mercado um conjunto de formatos já utilizados.

  11. Luís Lavoura

    Maria João Marques, não se trata de regulamentar o tamanho e formato de tudo, mas apenas os tamanhos necessários para que as coisas sejam intercambiáveis.
    Por exemplo, quando a Maria João vai comprar uma máquina de lavar (roupa ou louça), não precisa de se preocupar com saber se ela caberá na sua cozinha, dado que todas as máquinas têm as mesmas dimensões – e os buracos nas cozinhas já estão preparados para máquinas dessas dimensões.
    Veja o que seria se, de cada vez que a sua máquina se avariasse, você tivesse que investir em móveis de cozinha todos novos…

  12. Luís Lavoura

    BGracio

    uma regulação no sentido de uniformizar formatos de produção teria como consequência imediata exactamente aquilo que pretenderia evitar, dado que automaticamente excluiria do mercado um conjunto de formatos já utilizados

    Os formatos já utilizados continuariam a ser produzidos apenas para objetivo de substituição de peças, como já atualmente se faz sempre que há uma normalização da iniciativa da indústria.

    A normalização ocorre naturalmente e é desejável. Por vezes, como neste caso dos carregadores, ela precisa de um pequeno estímulo da parte dos Estados. O facto de a normalização ocorrer com estímulo estatal não a torna vil nem perversa.

  13. EMS

    Não vejo grande problema com as normalizações.
    Os sistemas de pesos e medidas, a direção da circulação automovel, as tomadas eletricas foram definidas centralmente.
    Essa regulamentação dos carregadores de telemoveis tornou-se inutil apenas por ser tardia.
    Há menos de 10 anos era habitual ficarmos com o telemovel sem bateria a meio do dia apenas porque os carregadores variavam de modelo para modelo mesmo dentro da propria marca. Isso tornava bastante improvavel encontrar um colega ou outra pessoa prestavel que tivesse um carregador compativel com o nosso telemovel.

  14. k.

    “Maria João Marques em Março 18, 2014 às 14:47 disse: ”

    Epah pois, têm razão. Vamos acabar com essas regulamentações chatas como o código da estrada, registos de armas (sempre quis um lança chamas), ou o barulho que eu posso fazer em casa (os meus vizinhos que se lixem)

  15. Luís Lavoura,
    E como se distinguiria, do ponto de vista da fiscalização que estas normas acarretam (e que também tem custos), a produção feita para venda da produção para substituição de peças? Estas normas podem não ser perversas nos intuitos, mas os efeitos podem ser na mesma perversos.

    EMS,
    Se estas normas tivessem sido criadas e colocadas em prática há 10 anos, teriam dificultado a evolução tecnológica dos carregadores de telemóveis – cada salto tecnológico teria que percorrer os trâmites legais de aprovação nos bastidores onde correm os sapientes burocratas, sujeitos a eventuais rejeições por alguém não gostar de determinado formato. Eventualmente ainda estaríamos todos a carregar telemóveis com carregadores ao estilo Nokia 3310.

  16. “Há menos de 10 anos era habitual ficarmos com o telemovel sem bateria a meio do dia apenas porque os carregadores variavam de modelo para modelo mesmo dentro da propria marca. Isso tornava bastante improvavel encontrar um colega ou outra pessoa prestavel que tivesse um carregador compativel com o nosso telemovel.”

    Proximo passo do legislador xuxa-mama da UE: Criar uma lei que obrigue os emprestimos de carregadores. E’ inconcebivel que um colega ou mesmo um estranho se recuse a emprestar um carregador compativel a um pobre desgracado que ficou sem bateria. O pior e’ que toda a gente vai passar a deixar o carregador em casa. E’ uma chatice ter de carregar aquele trambolho de um lado para outro e ha-de haver um palerma que anda com um carregador para me emprestar..

  17. fernandojmferreira

    “Epah pois, têm razão. Vamos acabar com essas regulamentações chatas como o código da estrada, registos de armas (sempre quis um lança chamas), ou o barulho que eu posso fazer em casa (os meus vizinhos que se lixem)”

    Epah, o k. tem toda a razao. Eu tambem so nao esfaqueio e estrangulo toda a gente a minha volta porque o legislador escreveu num papel que e’ proibido matar. E’ que sem a lei, eu nao conseguiria perceber por mim mesmo que nao devo matar outros seres humanos. E’ maravilhoso ter um legislador que me salva de mim mesmo. 🙂

  18. EMS

    “Se estas normas tivessem sido criadas e colocadas em prática há 10 anos, teriam dificultado a evolução tecnológica dos carregadores de telemóveis ”

    BGracio, a incompatibilidade entre carregadores de telemóveis pouco ou nada tinha a ver com tecnologia.
    Tirando a Nokia, onde os carregadores eram todos iguais dentro da marca. Era habitual ver carregadores com características de carga iguais, mas azar, o conector era uma esquisitice inventada só para tornar incompatível com o modelo do vizinho.
    Outras marcas chegavam ao cúmulo de ter ligações USB alteradas ao ponto de se tornar impossível usar um carregador ou cabo USB standart.

  19. Que a malta que os apoia quer ser idiota (in)útil, que seja, mas não nos aborreçam a dizer o que se deve fabricar e o que se deve comprar!
    É que com isto de uniformizar, qualquer dia já não é pela diferença que nos distinguimos, é mesmo pelo grau de idiotice.
    Antes causassem só arrepios; esta gente é perigosa, isso sim.

  20. EMS

    Deve ter sido aquela gente idiota (in)util que fez com que os carros tenham um volante e 3 pedais e não sejamos todos obrigados a tirar a carta cada vez que mudamos de carro.

  21. Nuno Cardoso da Silva

    Há normalizações úteis e há normalizações idiotas. E é isso que deve ser discutido. Eu, por exemplo, tenho dúvidas quanto à normalização dos tamanhos dos preservativos ou da curvatura dos pepinos… Mas fico feliz por o sistema métrico ter sido adoptado por todos os povos inteligentes (daí os anglo-saxões não o terem feito…)

  22. fernandojmferreira

    Nuno Cardoso da Silva,
    os franceses “inteligentes” que criaram o sistema metrico que o meu amigo tanto admira, tambem quiseram impingir ao pessoal o tempo decimal. Tiveram azar e nao colou. Os legisladores “inteligentes” tambem podem criar com cada idiotice… Isso faz-me pensar quem e’ que legisla os legisladores. Uma das leis seria: “Estais proibidos de criar legislacoes idiotas!” 😉

  23. Pedro

    Pois é, esses inúteis da UE nao têm mesmo nada para fazer. Em 2009 já a indústria, vendors e operadores, tinham chegado a um acordo para que o micro-usb fosse norma para carregadores. Podem ler a notícia aqui http://www.gsma.com/newsroom/mobile-industry-unites-to-drive-universal-charging-solution-for-mobile-phones/ um bonito vídeo aqui http://www.gsma.com/publicpolicy/universal-charging-solution e, se estiverem interessados, ler a recomendaçao aqui http://www.gsma.com/newsroom/wp-content/uploads/2012/03/omtpcommonchargingandlocaldataconnectivityv1.1.pdf

    Aproveito para informar o apple boy do primeiro comentário que a apple também assinou o MoU:

    Phone manufacturers and technology providers that signed the MoU — 3 Group, AT&T, KTF, LG, mobilkom austria, Motorola, Nokia, Orange, Qualcomm, Samsung, Sony Ericsson, Telecom Italia, Telefónica, Telenor, Telstra, T-Mobile, Vodafone,, Apple, NEC, RIM, Texas Instruments, Atmel, Emblaze Mobile, Huawei Technologies, TCT Mobile (Alcatel)…

  24. Maria João Marques

    K., V. é um génio. É que questōes que regulam as situaçōes em que interagem os indivíduos e que podem constituir perigos ou violaçōes de direitos de teceiros estāo mesmo ao mesmo nível de regulaçōes sobre retretes e carregadores de telemóveis. Que brilhante foi o seu comentário.

  25. k.

    “Maria João Marques em Março 18, 2014 às 22:00 disse: ”

    Por acaso, foi mesmo brilhante. Afirmar que ter carregadores iguais é um atentado à liberdade, sim é perfeitamente estúpido. Afinal, é na Europa Ocidental onde há mais estandartização, e onde há mais liberdade. Se calhar estou equivocado, vivemos na coreia do norte

  26. k.

    “André Miguel em Março 18, 2014 às 21:06 disse: ”

    Devo avisa~lo que se quiser legalizar o seu carro “continental” no Reino Unido, ele terá de ser adaptado para alguns standards locais – nomeadamente foco de luz e espelhos. E tem de ter um display em milhas.

    Totalitários, pá.

  27. k.

    Já agora, a utilização de standards diferentes, por várias razões, impede concorrência e constitui barreiras à entrada em certas industrias, ergo viola o direito de terceiros – os consumidores.

  28. HO

    “Imaginem o que seria se, há muito tempo atrás, algum maldito burocrata não se tem lembrado de legislar de modo a que todos conduzissemos do lado direito da estrada….”

    Isto nunca aconteceu. Não é preciso imaginar o que seria, basta conhecer o que foi.

    “Ancient Greeks, Egyptians and Romans adhered to the left side while marching their troops. If two men riding on horseback were to start a fight, each would edge toward the left. Thus, they would be able to draw swords from their right and uphold a defensive position. Eventually, this turned into custom, and later, a law”

    Atente na última frase: turned into custom, and later, law.

    Quem diria que é possível resolver problemas de coordenação -via standards ou não- sem intervenção apriorístico de burocratas ou políticos.

  29. rmg

    Também não era por acaso que nas rampas de acesso aos castelos o mesmo se fazia de modo a que os assaltantes tivessem que manejar a espada do lado da parede e os defensores do lado do vazio …

  30. BGracio

    EMS,

    “a incompatibilidade entre carregadores de telemóveis pouco ou nada tinha a ver com tecnologia”

    Provavelmente os fabricantes teriam capacidade para criar carregadores compatíveis. Mas forçar do ponto de vista legal essa compatibilidade iria ser um obstáculo ao desenvolvimento tecnológico e à adopção de formatos mais eficientes.

    k.,

    Comparar uniformizações pensadas por burocratas que, em muitos casos, retiram a sua experiência de anos de J’s partidárias com as que nascem no seio da indústria, por vontade própria e pensadas por pessoas com anos de experiência no sector, apenas prova que quando esses standards se tornam realmente necessários o mercado tem capacidade de promover a sua adopção.

  31. Maria João Marques

    ‘Já agora, a utilização de standards diferentes, por várias razões, impede concorrência e constitui barreiras à entrada em certas industrias, ergo viola o direito de terceiros – os consumidores.’
    eheheheheheheh. k., nunca deixe de vir animar as minhas caixas de comentários com estas preciosidades, peço-lhe.

  32. Comunista

    “Pois é, Luís Lavoura, é um aborrecimento. O estado devia regular o tamanho e formato dos puxadores de portas, dos roupeiros e das portas e dos puxadores dos roupeiros, o tamanho das pedras ou dos azulejos a colocar nas casas de banho e cozinha, a altura dos rodapés e por aí. Mao e Stalin não teriam sonho mais arrojado.”

    Sim, era só o que faltava que o Estado ande também a constanger a livre iniciativa como se não devesse haver a liberdade colocar soda caustica e água oxigenada no leite.

  33. Comunista

    “A esquerda controleira”

    No caso o controleiro é você. Até parece que o casal Obama é agora obrigado a comer o que o chef quer e não o que eles querem.

  34. Comunista

    “Já agora, a utilização de standards diferentes, por várias razões, impede concorrência e constitui barreiras à entrada em certas industrias, ergo viola o direito de terceiros – os consumidores”

    Não é só isso. Também causa abalos nas placas tectónicas e afecta o ritmo das estações. É uma tragédia.

  35. k.

    “Maria João Marques em Março 19, 2014 às 00:44 disse: ”

    Se estar errada a deixa errada, claramente tem grandes periodos de riso à sua frente

  36. António

    Cara Maria João,
    Pelo que me dá a entender pela leitura do seu texto e consequente debate, são três as questões em debate, que enumero do geral para o particular: a necessidade da normalização, a “fúria” regulamentar da UE e os “carregadores de telemóveis”.
    Sobre a primeira, sempre foi uma necessidade da humanidade que regulamentou e normalizou as suas actividades, primeiro a uma microescala e com o tempo essa escala foi aumentando, sendo hoje a do planeta. Na minha actividade profissional tive necessidade de ter contacto com as unidades de comprimento anteriores à implementação do sistema métrico, acredite, são muitas, em cada país europeu existiam várias (veja-se o excelente trabalho de conversão dessas unidades de medidas antigas feito pela BN ( http://books.google.pt/books?id=_H70zSQ35G0C&printsec=frontcover&hl=pt-PT&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false )
    Para a história da normalização veja-se as p. 7 e 8 do documento do Instituto Português da Qualidade ( http://www1.ipq.pt/PT/ProjectoJuventude/site/Manual_Normalizacao.pdf ).

    Sobre a “fúria” regulamentar da UE. Compreendendo as razões que estão por detrás dessa necessidade, custa-me, contudo, aceitar algumas dessas medidas. Não a que refere, mas aquelas que têm recaíram na produção de produtos tradicionais da Europa, e naquilo que a nós diz respeito aos produtos tradicionais portugueses e a implicação que teve nos pequenos produtores, como foi exemplo das queijarias do Queijo da Serra.

    “Os carregadores de telemóveis”. Se não compreendo as implicações regulamentares normativas da UE sobre os produtos tradicionais europeus, compreendo-a perfeitamente sobre os produtos industriais por forma a facilitar a vida do cidadão comum. Apesar dessa normalização, haverá espaço para a excepções, como será o caso do Apple (que o Bgracio referiu) ou a cor dos extintores (em todo o mundo é vermelho e em Serralves Siza impos o branco – http://www.capmagellan.org/pt/dossier/arquitetura.html )

  37. A Maria João tratou um tema que é importante debater entre os liberais. A diferença entre regulação/ normalização e recomendações/ boas práticas.

    A primeira implica uma obrigação legal e justifica-se quando existem óbvios perigos para o utilizador ou terceiros. Por exemplo, a obrigatoriedade de circular por um determinado lado da estrada, a necessidade dos médicos terem frequentado um curso de medicina, a obrigatorieade dos fusiveis nos quadros de electricidade, etc.

    A segunda deve ser desejável mas não obrigatória. Por exemplo, os contabilistas ou advogados terem de ser membros da respectiva ordem profissional, os electrodomésticos terem medidas padronizadas, as tomadas da corrente serem iguais e os telemóveis virem com carregadores universais, etc.

    A fronteira entre imposições e recomendações é flexivel e deve ser sempre debatida caso a caso.

  38. Nao vai faltar muito para a UE regular e standardizar a lingua que as pessoas falam. E’ que essa coisa de cada pais falar a sua lingua, prejudica a livre circulacao de pessoas e cria uma vantagem real para os locais. Assim sendo, ficamos a espera de “lingua unica” da europa!

  39. BGracio

    “Assim sendo, ficamos a espera de “lingua unica” da europa!”

    Já imagino o debate no Parlamento Europeu para a adopção do Esperanto…

  40. Pedro

    Olha o Antonio tb acha que a Apple e diferente. Impressionante, o pessoal e ignorante e nem lendo aprende. Lamentavel.

  41. BGracio

    Pedro,

    “Aproveito para informar o apple boy do primeiro comentário que a apple também assinou o MoU”

    A Apple assinou o documento na perspectiva de passar a fornecer um adaptador entre o formato proprietário e o micro USB. Considerando que três anos depois alterou os seus conectores para um novo formato proprietário, o histórico de 10 anos com o formato anterior, e a quantidade de outros dispositivos compatíveis, nada sugere que haja qualquer alteração (por vontade da empresa) nos próximos anos. Fica aqui uma explicação interessante para este facto: http://techpinions.com/why-apple-couldnt-go-to-micro-usb-charging/10212

    Mas não se deixe atrapalhar pela realidade.

    “Olha o Antonio tb acha que a Apple e diferente. Impressionante, o pessoal e ignorante e nem lendo aprende. Lamentavel.”

    Obrigado pela boa risada. Quando alguém chama ignorante a outro dando ao mesmo tempo cinco erros em três frases “e” de facto auto-explicativo e “lamentavel”.

  42. Pedro

    Gracio, e um chatice nao ter acentos no teclado. E lamentavel e auto-explicativo… Uma chatice.

    Sobre a apple, obrigado pela (nao) novidade.

  43. BGracio

    Pedro,

    Acredito que sim. Nada que um iPad não resolva 🙂

    De resto, ainda não entendi qual é a sua opinião sobre esta mania dos nossos queridos eurocratas regularem tudo e mais alguma coisa.

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